terça-feira, 27 de maio de 2008

amar e ser amado

(Netinho)


Pode não parecer, mas não vou falar só de amor, vou falar de sonhos e de amores....Vou falar de um dos meus sonhos e de muitos dos meus amores. Por que ? Porque tem gente por aí pensando que sonhos e amores são projetos de engenharia. Pensam que eles, os sonhos e os amores, tem que dar certo, se tornarem reais e serem sólidos como uma ponte que, se cair, será um desastre e acabará com a ligação entre a realidade e a fantasia. Não os são. Se algum de meus sonhos não se realizar ou se for uma "desventura", não me impedirá de continuar sonhando o mesmo sonho e tentar realizá-lo, ainda que nos últimos dias de minha vida. Mas vou retomar a temática proposta, "meus sonhos", meus sonhos de amor. Lembro de quando eu era (?) criança e ficava deitado na grama do jardim pensando em fazer medicina. Era legal brincar de operar sapos, curar as ovelhas feridas no campo. Partos, bloco cirúrgico eram palavras mágicas para meus ouvidos. Então um dia acordei e disse: vou ser advogado ! Realizei meu sonho, me tornei um advogado realizado na profissão. Isso prova que os sonhos mudam conforme nossa realidade. Muitas vezes pensamos que nossos sonhos é que mudarão nossa realidade. A medicina que sonhei ficou espalhada na grama, tal como o coitado do sapo. Adoro meu trabalho. Mas também não é de sonhos profissionais que quero falar aliás, esse é o que menos me importa. Quero falar de sonhos pessoais, quero falar do meu amor, mais especificamente. Sonho amar de novo. Morro de vontade de amar mais vezes. Acredito que esse seja o sonho mais difícil de todos eles. Não que eu não consiga amar alguém (ou, mais alguém). Esse "Alguém" é que não consegue me deixar amar. Eu estou cheio de amor, por todos os lados. Amo a vida que tenho, amo meus amigos (até os que não são verdadeiros), amo minha família, amo viver...Mas preciso passar esse amor adiante. tenho uma necessidade imensa de amar tudo, todos. Quero amar tantos e tantas quanto eu tiver tempo. Posso perder tudo, amigos, família, coisas...só não posso perder essa minha capacidade infinita, inesgotável, de amar. Enquanto eu viver, quero amar. Outro dia li um artigo (ah, esses psicólogos inventam cada uma pra gente) que dizia que não fomos feitos para sermos fiéis a uma só pessoa, porque amamos uma pessoa e quando a deixamos de amar estamos prontos para amar outra . DISCORDO....Penso que o amor é um só, que se expande à medida que aprendemos a amar. Não deixamos de amar alguém, apenas passamos a amar outra pessoa também. Não posso amar só o João ou só a Maria. Isso seria um ato de egoísmo meu. O que posso, quero e devo é amar o João e a Maria, cada um de seu jeito, cada um da sua forma, mas ao mesmo tempo. Não vou deixar de amar o Pedro só porque, um dia, a Antônia não me amou. Azar dela, tacanha de amor. Vou amar o João e vou amar a Maria e vou amar o Pedro e a Antônia também, ainda que nenhum deles queria me amar, pois pouco me importa. Acho que nosso problema nessa história toda de sonhar um amor é que sempre queremos ter de volta o amor que damos a alguém. Amor é para ser dado, doado, passado adiante, tipo figurinha de álbum de super-herói. Tenho duas, fica com uma. Mas não fomos educados para isso. Nossa educação egoísta nos preparou para receber, não para doar, simplesmente. Se fossem figurinhas seria assim: tenho duas, queres trocar ? Pois saibam que também discordo absolutamente disso. Tenho urgência em espalhar esse amor que tenho dentro de mim e que sinto por todas as pessoas. É urgente porque não tenho mais espaço para guardar, estou explodindo. preciso encontrar alguém que queira recebê-lo. Até aí é fácil. O problema é convencer o tal "Alguém" de que não precisa devolver. Em resumo, o amor desinteressado, o verdadeiro amor atualmente, assusta as pessoas.
Pois eu não vou ter medo, me recuso a desistir. Preciso me recusar a desistir de te amar. Não vou desistir de amar só porque uma vez (ou muitas vezes) alguém recusou esse amor. Vou continuar amando todos vocês, queriam ou não. Quem for esperto aproveita, quem for pateta, que aprenda e volte....Então, você aí, receba meu amor, deleite-se e passe-o adiante. Entendeu, Trosky ? Espero que sim e que corra pra receber o meu amor...

Saudade do Trosky



(Netinho)

Hoje estou com saudade. Estou com saudade de quem ainda nem conheço. Vou chamá-lo de Trosky, porque o Troski foi muito importante na minha vida. Sinto falta das palavras do Trosky. Embora eu nunca tenha ouvido sua voz, só ele saberia o que me dizer agora. Sinto falta do seu toque, mas eu não sei como é ser tocado pelo Trosky. Ah, Troski, você foi caminhar e me deixou falando sozinho. Pior, prometeu voltar e não voltou. Fiquei parado na frente do monitor esperando um sinal que viria do rodapé da página...esperando que a "tua janela" piscasse para mim (msn, sou moderno). Você não faz ideia de como fico feliz quando vejo que você está piscando para mim. Acho estranho isso, sentir saudade de alguém que não conheço. Mas também estou com saudade de alguns lugares. Sinto uma saudade imensa de Paris, de suas avenidas, de sua arte. Deve ser muito gostoso passear pelas ruas da Paris antiga com as janelas nos espiando, tentando descobrir qual a esquina vamos dobrar. Elas, as janelas, fazem apostas para saber qual rua vamos virar e a vencedora pode continuar nos espiando, espiando pela chaminé. As janelas e as chaminés de Paris são as mais bem vestidas do muuuundo. Ahhh, as chaminés. As chaminés me lembram duas coisas: Londres (que eu não conheço) e a casa da fazenda. Dizem que em Londres havia muitas chaminés, mas a chaminé que mais me encantou foi a chaminé da casa da fazenda. Quando criança eu adorava ficar olhando a fumaça que saia pela chaminé e ver todos os animais, monstros, mapas e outras coisas que saiam por ela. Pensando nisso, fiquei com saudades da minha infância. Mas com saudade da minha infância na fazenda. Brincar com ossos, com terra, com meu cachorro (tive vários). Tomar banho de chuva na fazenda é melhor que na cidade (outro dia falarei da saudade que senti da casa da cidade). Subir no "meu cavalo" e correr, correr muito. O vento no rosto, todos os cheiros da fazenda passando pela minha cara em segundos, fazendo sair lágrimas dos meus olhos. Não há nada melhor que isso, passar a infância na fazenda, passar o inverno na fazenda, passar o verão na fazenda. Falando em cheiros, lembrei que quando morei em Lisboa, sentia muita falta dos "cheiros" daqui. Cheiro de chimarrão, cheiro de feijão, cheiro de mãe. Lembro que uma vez chorei muito quando lembrei do cheiro das mãos de meu pai. Sinto saudade de todos os meus "Troskys".